Portugal está entre os países da Europa que “mais consomem pirataria audiovisual e digital”, ocupando o 9º lugar em 29 países, com a Apritel a defender “urgência de intervenção do Governo e autoridades competentes” nesta matéria.
Se todas as pessoas pagassem o software que usam o ordenado não chegava.
Talvez usassemos todos mais FOSS (Free and open-source software).
O teu argumento do salário é interessante. Apesar dos preços das plataformas de streaming estarem um pouco ajustados à realidade dos países, esses ajustes nem sempre são muito justos, para não falar do crescente número de plataformas, que se vão acumulando.
Depois tb há a questão de uma cultura de fugir ao sistema, um tanto embutida na cultura portuguesa. Neste contexto em particular, viram-se coisas desde os DVDs ripados nas feiras ao lendário wareztuga e os seus sucessores (mrpiracy, pobretv, tugaflix, etc).
Também creio que há aqui uma ligação entre esta predisposição e a descrença generalizada na produção audiovisual nacional, especialmente nas camadas mais jovens da população. Apesar de grandes iniciativas por parte da RTP e outros (apesar de eu só estar devidamente familiarizado com a primeira), mantém-se ainda o sentimento de que cá só se fazem telenovelas sem qualidade o que, não deixando de ser parcialmente verdade nalguns canais, já não se verifica realmente há já alguns anos. Isso leva as pessoas a procurarem esse tipo de entretenimento nas produções estrangeiras, naturalmente.
Também o facto de querermos ir a todas. Existem filmes e séries na plataforma A mas também queremos da plataforma B e da C e … mas depois percemos que não dá para pagar todas.
O lado mais simples é ir à net procurar.
É muito cultural sim.
Exatamente, há demasiada oferta espalhada e todas as platformas tentam agarrar um bocado da tua carteira.